sábado, 29 de janeiro de 2011

Produção de Texto de alunos - Conto

O Melhor Brinquedo

Toda sexta-feira eu cumpria o mesmo roteiro. Depois da escola almoçava e passava o resto da tarde admirando a bicicleta nova que havia ganhado de aniversário. Enquanto isso, esperava ansiosa meu pai chegar do trabalho.
Cinco da tarde, em ponto, chega meu pai. Sai em disparada com a “bike”, nem esperava ele me dar um abraço. Lá vamos nós, para a maior ladeira da rua onde morávamos. Eu já estava quase aprendendo, meu pai me passava confiança.
 À noite, lembrava como tinha sido mais uma sexta com a bicicleta, eu pensava o quanto me doía o coração quando via meu pai ir embora, prometendo voltar na próxima sexta-feira.

 Yasmim Araújo de Souza

Intertextualidade

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em  cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. 

De Primeiros cantos (1847)
 

Paródia da Canção do exílio


Canção do Passado



Minha terra tinha florestas,
onde o Sabiá costumava cantar.
As aves, que aqui viviam,
procuram um novo lugar.

No céu a poluição não permite ver as estrelas.
Nossa flora não têm mais flores.
Nossa fauna não têm mais  vida.
Nossa vida não tem mais amores.

Ao pensar, sozinha à noite,
mais vigor quero encontrar.
Minha terra não tem mais palmeiras,
e até mangueiras tento achar.

Minha terra não tem mais vigores,
que só encontrávamos por cá.
Ao tentar dormir à noite –
sei que o calor não permitirá,
e toda sombra fresca desaparecerá.

Não permita Deus que eu morra,
pois sem oxigênio a vida não existirá.
Para  desfrutar dos vigores,
necessitamos da preservação, já!
Quero ainda avistar não só as palmeiras,
mas ter de volta o canto do meu Sabiá.








Pâmela S. M. Rodrigues - 2005

Paráfrase da Canção do Exílio

Canção do meu País


    
  Minha terra tem belezas,
                                   Que encantam ao olhar,
                                   As pessoas, que aqui vivem,
                                   Jamais pensam em mudar.

                                   Nosso país tem mais riquezas,
                                   Nossas florestas têm mais cores.
                                   Nossos cardápios têm mais comida,
                                   Nossas comidas mais sabores.

                                   Ao pensar, sozinha à noite,
                                   Mais depressa lá quero estar.
                                   Minha terra tem problemas,
                                   Que o povo aprende a superar.

                                   Minha terra tem flores,
                                   Que não vejo neste lugar.
                                   Novamente: - sozinha, à noite –
                                   Penso na beleza que tem o mar.
                                   Minha terra tem futebol,
                                   Que devemos nos orgulhar.

                                   Se até Deus é brasileiro,
                                   É pra lá que devo voltar,
                                   Desfrutar das lindas flores
                                   As quais não encontro neste lugar:
                                   Quero ainda avistar minhas belezas,
                                   Quero ainda meu carnaval dançar.








                          Pâmela S. M. R. - 2005

Soneto romântico

A VIDA IMORTAL

Nasci da pureza que tem o amor;
Não há palavras para se explicar;
Num ardor cresci querendo valor;
Mas só aprendi como valorizar.

O mundo veio, rico e me levou;
Da minha vida o que devo fazer;
Ocultado o destino me ensinou;
Na árvore da vida o fruto é morrer.

Os meus sonhos me revelaram;
Com a coragem de quem quer viver;
Só os momentos é que me enganaram...

Hoje sou feliz, vivo bem real;
Sei que viver e morrer não é sofrer;
Mas é o temor do valor imortal.

Pâmela, Rio Branco – 1999.